sexta-feira, 30 de outubro de 2009

2016: façamos um balanço...

A oportunidade de realizar os Jogos Olímpicos 2016 pode representar inúmeras conquistas para o país, como já vem sendo anunciado e veiculado das mais diversas formas e nos mais variados meios de comunicação. Façamos o balanço... E que tenda para o lado positivo.
Aproveitemos que o esporte é emoção, é competição! Sensação tão boa de conquista, superar, representar, de ver-se e identficar-se com o gesto, o momento de glória. "É o meu país, é a minha gente". Sensação tão boa de ser capaz. sensação tão fugaz como tantas outras. Mas tão necessária para viver... Não precisaria muito mais justificativas para sediar os Jogos. Bastaria emoção e orgulho de ser anfitrião da grande festa do esporte mundial.

Sendo o esporte considerado um importante elemento da cultura dos povos, a conquista de medalhas não representa tudo que ele pode proporcionar. Entretanto, insistimos e perseguimos a meta de aumentar o quadro. Em princípio, nada de mal nisso. Mas vale lembrar o velho ditado: "não passar o carro na frente dos bois". Nem bem absorvemos a oportunidade e o desafio que se apresenta para o país e já estamos sendo bombardeados por imagens e falas chocantes e muitas vezes revoltantes. É como se nos dissessem de onde vem os atletas que represetarão o Brasil nos Jogos?! Para a grande mídia, tomando como um indicativo estas mesmas imagens e depoimentos mostrados diariamente e intensamente, parecem que vem dos projetos esportivos "sociais" que proliferam pelo país afora já há alguns anos. Então, serão aquelas crianças e jovens que enfrentam grandes dificuldades de terem acesso àquilo que já está devidamente declarado como seu direito: uma vida digna advinda de uma boa educação que engloba alimentação adequada, atividade esportiva de qualidade, liberdade de escolher o caminho e outras coisas mais.
O simbolismo é direto e evidente: a medalha tem mais sabor e "valor" quando a história da conquista é penosa e dramática na superação dos desafios não só do esporte, mas da vida inteira. Parece que querem que a população acredite que essa é a grande função dos ditos projetos esportvos "sociais", em sua maioria espelhados na figura de um ex-atleta. Reconheçamos. Muitos deles desenvolvem um belo trabalho.
Mas colocar o foco e o peso nesses projetos desvirtua os dois processos, as duas iniciativas necessárias: a de dar oportunidades às crianças e jovens de se desenvolverem por meio do esporte e a de formação de atletas de "ponta", de alta performance, cujas grandes responsabilidades deveriam recair sobre uma política pública esportiva ampla e minimamente articulada por todo o país. Tudo o mais seriam complementos muito bem vindos.
Continuemos a fazer o balanço... E que tenda para o desenvolvimento humano, em suas diversas necessidades e possibilidades.

Um comentário:

  1. Maykell,

    Acredita que acabei de ler seu texto arrepiada de verdade!
    Política pública ampla, articulada, integrada e a longo prazo... e olha que ainda dava tempo pra fazer isso até 2016 hein, mas quem é que se habilita?

    bjs,

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