
No dia 20 de junho, a equipe do PRODHE, representada pelo educador Marcos Vinicius, participou da Mesa Virtual "O lugar da Educação Física e do Desporto em uma Comunidade de Aprendizagem", juntamente com o professor José Pacheco e os colegas João Paulo e Fósforo Quadros, numa iniciativa da Formação Aprender em Comunidade da Ecohabitare. O evento teve como objetivos: potencializar um olhar sobre a Educação Física em escolas onde não há aulas convencionais, não há turmas e não há muros, nem separação de áreas do conhecimento; e debruçar um olhar a outras maneiras de desenvolver o Desporto no e para além do ambiente escolar.
Os "inspiradores do diálogo" tiveram alguns minutos para compartilhar as suas experiências. A conversa envolveu perguntas via Chat e/ou diretas de alguns dos mais de 60 participantes, curiosos em saber sobre o funcionamento de uma educação escolar que muda o foco do ensinar para o aprender juntos, alunos e professores.


Os professores de Educação Física João Paulo (Escola Aberta de São Paulo) e Fósforo Quadros (Instituto Tiê) comentaram suas experiências na Escola Projeto Âncora, com destaque para a narrativa do Grupo de Responsabilidade de Educação Física, formado por jovens e tutores interessados em refletir, conversar e agir para cuidar das necessidades em relação ao movimento corporal. Uma das ações do grupo citadas foi a preparação e participação na OLIPET. João Paulo foi educando, estagiário e parceiro do Prodhe, sendo um exemplo da relação com Atividades Físicas e Esportivas ao longo da vida e o elo de articulação da conversa virtual ocorrida. Confira mais relatos do professor Fósforo no interessantíssimo Trabalho de Conclusão de Curso "Relatos da ensinagem de Educacão Física", clique no título.

O educador Marcos Vinicius contou rapidamente a história de 25 anos do Prodhe, exemplificando através de algumas ações como o programa estimula Vidas Ativas e a apropriação de Atividades Físicas e Esportivas como direito, hábito e valor social ao longo da vida em uma perspectiva de Desenvolvimento Humano. Como o programa tem uma vocação para articular ações, pessoas e instituições, naturalmente cria uma "arquitetura" favorável ao surgimento de comunidades de aprendizagem e/ou comunidades de prática. Uma das ações citadas, a Olimpíadas do Projeto Esporte Talento - OLIPET, possibilita a formação esportiva de jovens, a formação dos educadores envolvidos e a disseminação da metodologia do Prodhe através da concepção e prática de uma competição esportiva infantojuvenil. Outro exemplo é a atual construção coletiva do Blog Desenvolvimento Ativo Familiar, um espaço colaborativo e interativo para jovens, adultos, idosos, familiares, educadores, bolsistas, professores compartilharem "fazeres", reflexões, experiências e informações para a descoberta de possibilidades de manutenção de Vidas Ativas neste momento de pandemia. Olhando para a concepção mais ampla e concreta de comunidade, os exemplos citados focaram na visibilidade de espaços públicos, de encontro, de diálogo e ativos (corporal e politicamente): reforma da Quadra da Comunidade São Remo, acompanhamento do Futbol Callejero e Festival Ruas de Esporte.
Embora seja um programa que se relaciona com a educação não formal, a equipe do PRODHE reflete que suas ações também reforçam paradigmas centrados em uma visão integral, não fragmentada:
- somos corpo, aprendemos com nossos corpos, mente e corpo constituindo uma unidade;
- o brincar e o lúdico devem estar presentes ao longo de toda a vida;
- compreender o esporte como um todo e com foco no praticante, sem fragmentá-lo em suas diversas manifestações: educacional, para todos, alto rendimento. Quem joga decide o significado que o esporte tem ao longo de sua vida;
- as Atividades Físicas e Esportivas não são território exclusivo dos profissionais de Educação Física; necessitam - para estarem integradas à vida - dos olhares de diversos profissionais e de todas as pessoas, pois nossa existência se expressa na corporeidade;
- o processo de formação de Comunidades de Aprendizagem ou Comunidades de Prática precisa considerar a permeabilidade das mesmas: o quanto estão disponíveis a acolher novos participantes e se relacionar e aprender com outras comunidades.
- o termo Comunidade perdeu sua essência no modelo de desenvolvimento sócio-econômico que adotamos. É necessário resgatá-lo e expandi-lo a partir das brechas possíveis: nas comunidades periféricas, nas comunidades indígenas, na força da palavra ubuntu, nas comunidades cristãs da igreja primitiva etc;

Agradecemos a todos que se interessaram e/ou participaram da conversa, em especial aos organizadores João Silva, Lívia e Fabrício. Que continuemos a nos encontrar, por enquanto, pelas lives da vida!
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